Prémio Nacional de Inovação: “Quando falamos em inovar pensamos em tecnologia, mas não é só isso”

A 2ª Talk do Prémio Nacional de Inovação 2023 teve lugar no campus da Nova SBE, em Carcavelos, no dia 26 de abril. O tema deste evento foi “Future Tech: o papel da inovação na evolução das empresas e do País”, que serviu de mote para um debate que contou com a moderação de João Maia Abreu, jornalista da CNN Portugal, e com quatro representantes de empresas nacionais.

“A inovação anda a dois tempos em Portugal”, começou por dizer Silvia Maria Pires Garcia, Executive Board Member da ANI - Agência Nacional de Inovação, na sua primeira intervenção no debate, garantindo que, quando se olha para os setores tradicionais da economia, ainda é necessário “capacitar e compreender”.

Contudo, ainda resiste a ideia de que a inovação está agregada “às grandes tecnológicas”, o que não é totalmente verdade:

“Muitas vezes, quando falamos de inovação, falamos em tecnologia, mas inovar não é só isso”, afirmou Alexandre Ruas, Executive Director of Corporations da Claranet, sublinhando que a inovação deve estar “na raiz” de todas as organizações. No entanto, é difícil criar uma fórmula, uma vez que todas as organizações têm a sua dimensão e recursos: “é muito importante para as empresas terem duas coisas – uma visão onde entra a inovação e liderança [gestão]”. Disse ainda que em todas as empresas em que se queira inovar há ainda dois fatores essenciais: a experimentação e a tolerância ao erro.

Partindo da mesma premissa, Fernando Vieira de Almeida, Sócio Responsável da Área PI Transacional da Vieira de Almeida, acrescentou que “temos de ter inovação na forma como fazemos, para quem fazemos, para alcançar a nossa sustentabilidade. Tem de ser um fator de diferenciação e de atratividade” em todas as empresas, até mesmo nas firmas de advogados.

Outro dos fatores referido para ajudar na aceleração do processo de inovação foi a colaboração, que pode catapultar a produtividade das organizações e do país.

“Lisboa já é o quarto maior hub de inovação europeu e isso já é um ótimo sinal! Uma das coisas que foi aqui falada também foi a colaboração e faz todo o sentido colaborarmos com start-ups e empresas para fazer acontecer e concretizar”, referiu Teresa Sousa, Manager of the Center for Excellence do BPI, que deu também vários exemplos de inovação no setor da banca.

Tendo em conta esta ideia de colaboração, Silvia Maria Pires Garcia afirmou que é essencial haver uma ponte entre a Academia e o mundo empresarial, destacando “a integração de doutorados nas empresas”: “se olharmos para a Alemanha ou Inglaterra, os PHDs nas empresas pertencem ao staff. Estão por todo o lado”.

Assista ao debate e ao evento, na íntegra, no vídeo abaixo: