Num contexto em permanente mudança, torna-se fundamental que a liderança quebre o padrão de pensamento convencional. Agora, mais do que nunca, impõe-se explorar novos processos de tomada de decisão que criem soluções disruptivas. Por esta razão, a Nova SBE Executive Education criou o LEGO® Serious Play®: Introdução, que vai já na 5ª edição - uma formação que se baseia numa vasta pesquisa nas áreas da gestão, do desenvolvimento organizacional, da psicologia e do ensino, explorando a conexão entre as mãos e o sistema cognitivo.
João Castro, Coordenador Científico do programa, explicou-nos como podem as pequenas pecinhas ajudar a aguçar a tomada de decisão nas empresas e fortalecer as competências dos líderes.
Qual a razão para integrar LEGO num programa para executivos?
O LEGO® Serious Play® não é uma brincadeira - é uma metodologia de trabalho, de facilitação, desenvolvida na LEGO®, por iniciativa do neto dos fundadores. Na altura, colocou-se a questão: “se o LEGO® é tão bom para as crianças aprenderem a construir, para estimular a criatividade, será que não pode servir também para outras áreas de utilização?”. Fez-se, então, um projeto de investigação com especialistas do MIT, que depois culminou neste LEGO® Serious Play®. Esta é, sem dúvida, uma das metodologias que funcionam na facilitação de diferentes tipos de reuniões e na exploração de diferentes oportunidades nas empresas.
O LEGO® Serious Play® é, à partida, um programa diferente de todas as restantes formações de executivos. Qual o grande objetivo do programa?
O principal objetivo deste programa é perceber porque esta é uma metodologia diferente, porque existe e o que traz, assim como as suas vantagens face a qualquer outra que as empresas e os executivos já estão a habituados a utilizar. É importante expô-los também novas técnicas, que à partida podem parecer estranhas, porque os LEGOS® são brinquedos para crianças, mas podem ser usados no contexto das organizações – daí o nome “Serious Play”.
De que forma é que metodologias como esta podem desbloquear a criatividade no contexto de trabalho? Qual o balanço das últimas quatro edições?
Acho que a grande vantagem que a metodologia traz é que, logo à partida, as pessoas que se inscrevem já têm alguma curiosidade e abertura para serem surpreendidas, portanto, há alguma ousadia para ter abordagens diferentes.
Depois, quando veem a metodologia a funcionar com os exercícios que fazemos usando o LEGO®, percebem muito rapidamente a mensagem que se extrai de cada um dos exercícios. É claríssimo. Podemos dar uma aula de duas horas a explicar teoricamente um conceito, para os participantes perceberem, ou podemos fazer um exercício com LEGO® e, em 15 minutos, a ideia passou para o outro lado com muito mais eficácia. Usualmente, as pessoas veem o potencial, a rapidez com que algumas mensagens são passadas e depois começam a imaginar quais são as áreas de aplicação desta metodologia nas suas empresas.
Por exemplo, os participantes podem ter exatamente o mesmo conjunto e número de peças, com as mesmas cores e formatos, e, se pedimos para construírem um objeto em dois minutos, toda a gente faz construções diferentes. No entanto, todos tinham as mesmas peças, o mesmo briefing e seguem exatamente as mesmas instruções, porque o resultado depende da interpretação de cada um sobre o que é o objeto e é totalmente independente de quem ordenou a construção.
Só num exercício destes, em cinco minutos, as pessoas começam a perceber como pode a gestão mudar para que todos percebam o que é pretendido – e isto é tangível, está à nossa frente, visto na prática.
O LEGO® cria também uma forma não ameaçadora de trazer problemáticas para cima da mesa e de toda a gente contribuir de uma forma muito mais rica para a discussão.