A necessidade de as organizações investirem em formação e educação continua a ser fundamental. Empresas de todos os quadrantes percebem que para serem eficazes e conseguirem responder aos desafios no ambiente exigente em que vivemos nos dias de hoje, isto é, volátil, incerto, complexo e ambíguo, precisam de ferramentas de liderança e de capacidades organizacionais diferentes daquelas que as ajudaram a ter sucesso no passado.
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Há também um crescente reconhecimento que o desenvolvimento destas competências não deve ser restrito aos colaboradores que se encontram nas linhas de comando da organização.

Apesar da existência da proliferação de plataformas colaborativas para resolução de problemas e adocracias digitais que incentivam a iniciativa da resolução de problemas de uma forma individual, as organizações esperam cada vez mais que os colaboradores, independente do departamento em que desenvolvem a sua área de atividade,  tomem cada vez mais decisões importantes e que se alinhem com a estratégia global e com a cultura da organização. Nesse sentido torna-se importante, que gestores e líderes estejam munidos de competências e talentos relacionados com a gestão estratégica, com a performance organizacional e com a inovação.

O propósito da formação e da educação contínua é não só melhorar os resultados em saúde, mas sim de munir os profissionais com determinadas ferramentas oferecendo desta forma melhores condições de prevenção e tratamento para o doente.

Embora 75% dos CEOs em todo o mundo digam que uma força de trabalho qualificada, educada e adaptável deve ser uma prioridade dos governos, continua a existir uma falta crescente de colaboradores bem treinados no ambiente hospitalar em muitas regiões do mundo (Moldoveanu, 2019).

Para contrariar essa tendência, será necessário aumentar a consciencialização de que a educação e a formação não terminam quando as pessoas estão a meio da sua carreira profissional.

Estando o sector da saúde em constante evolução, as tecnologias consideradas melhores práticas hoje podem mudar drasticamente num curto espaço de anos.

Por essa razão, os prestadores de cuidados têm que se manter regularmente atualizados com novas disciplinas, técnicas e tecnologias, expandindo os seus conhecimentos e áreas de especialidade. Isto significa que a formação contínua é uma necessidade absoluta para qualquer profissional de saúde que queira oferecer um serviço de alta qualidade na sua organização hospitalar.

As vantagens de investir numa educação contínua traduz-se em inúmeros ganhos em saúde. Significa por exemplo retenção de equipas altamente qualificadas, desempenho financeiro otimizado, melhores resultados para o paciente e menos negligência nos cuidados de saúde em geral.

As desvantagens incidem sobretudo na gestão de recursos humanos. Se não se investir nas pessoas, as instituições médicas correm o risco de perder os seus especialistas para outros empregadores, nacionais e internacionais. A perda de valiosos ganhos de conhecimento pode ainda levar ao uso ineficiente do sistema, e consequentemente a pacientes insatisfeitos.

Tudo isto levanta a seguinte questão: por que nem todas as instituições de saúde integram a formação e a educação contínua nos seus cenários de qualidade do dia a dia? Por um lado, a formação continua ainda está mentalmente ligada à ausência dos colaboradores fora do seu local de trabalho, por outro lado existem sempre despesas associadas a esta questão.

Sabemos que as profissões na área da saúde são movidas pelo conhecimento e manter-se atualizado é fundamental. O e-learning tem ajudado as instituições a resolver esses problemas, permitindo que os cuidadores treinem de forma mais eficiente conforme a sua conveniência podendo fazer um acompanhamento ao seu trabalho.

Mas será necessário repensarmos a educação executiva tradicional? Num artigo da Harvard Business School Review (The Future of Leadership Development, 2019) defende-se que os programas tradicionais de formação já não preparam os executivos da maneira mais adequada para os desafios que enfrentam hoje e no futuro. As empresas procuram que os programas respondam de forma holística exigindo competências não só na área da gestão da saúde, mas também em áreas de comunicação, meditação e minfulness, empatia e gestão emocional que são necessárias para liderar uma colaboração coerente e proactiva.

Programas de educação e formação precisam de transmitir conhecimento da forma mais actual possível, de maneira a que os profissionais de saúde possam usá-las e aplicá-las para tomar melhores decisões em saúde. O ensino de casos com exemplos concretos e que possam ser aplicados a situações do dia a dia, o desenvolvimento de programas de “aprendizagem de ação” que envolvam discussões de casos baseados em experiências, factos concretos e oportunidades personalizadas para resolver problemas da vida real, serão boas práticas de aplicação no presente e no futuro.

Este artigo é uma republicação do texto original, publicado no website Netfarma » Leia o artigo original

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Publicado em 
9/7/2021
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