A verdade é que há muito que as universidades perceberam que a sua missão se estende também para além dessas duas grandes responsabilidades e que há um dever adicional de garantir que o conhecimento e o talento desenvolvidos dentro do campus possam ser colocados ao serviço dos grandes desafios societais e que possam contribuir para a geração de impacto.
Sem prejuízo de outros vetores dessa atividade de serviço à comunidade que desenvolvemos, na Nova SBE acreditamos que a inovação é porventura a forma mais efetiva, impactante e transformadora que a escola tem para contribuir para o desenvolvimento harmonioso, inclusivo, sustentável e próspero da nossa sociedade. Acreditamos verdadeiramente que temos esse dever; que temos um “role to play”, quer enquanto escola pública, quer enquanto centro de conhecimento e de talento. Acreditamos, mais ainda, que esse dever vem associado à nossa vocação de abertura à sociedade, à nossa capacidade de transcendermos os nossos muros (que não existem no novo campus de Carcavelos) e de trabalharmos colaborativamente com empresas, entidades públicas, organizações não governamentais e cidadãos em geral.
A criação, há um ano, do Ecossistema de Inovação da Nova SBE veio procurar materializar essa noção de propósito de que podemos e devemos ser uma escola dedicada à construção de um futuro sustentável e melhor para todos. E que a única forma de o fazermos é através da colaboração, da abertura à sociedade e de uma obsessão pela inovação de impacto.
Tive a felicidade de ser convidado pelo Daniel Traça e pelo Pedro Brito para liderar este projeto e rapidamente compreendi que a Nova SBE é um sítio – mais do que um sítio, uma ideia – muito especial. Pediram-me para estruturar e sistematizar esse trabalho de colaboração com empresas, entidades públicas e ONG numa plataforma que pudesse ser mais efetiva e mais eficiente na geração de impacto e de valor partilhado. Pediram-me que nos afastássemos do “teatro” e do “fogo de artifício” da inovação que frequentemente caracterizam a colaboração entre universidades e empresas e que nos focássemos, de forma discreta, mas efetiva, em experimentar novas formas de inovação aberta e colaborativa, com novos modelos de trabalho, novas metodologias e novos modelos de “engagement” (e também novos modelos de negócio, nesta relação com as empresas) que efetivamente sirvam a sociedade, ajudando a gerar novos produtos, novos serviços, novos modelos de negócio, novas propostas de valor que contribuam para robustecer a competitividade da nossa economia. Mais ainda: novas propostas de valor que definam competitividade a partir da construção de novos “use cases” e novos “business cases” para a sustentabilidade. Acreditamos que é possível e não descansaremos enquanto não conseguirmos.
Mas se temos, no Ecossistema de Inovação, claramente o propósito de servir a sociedade através da inovação e da valorização do conhecimento, a verdade é que também uma responsabilidade grande para com a escola em si mesma: a de gerar, a partir destes projetos de inovação com empresas, entidades públicas e ONG, novos espaços de aprendizagem e novos espaços de investigação que sirvam, também, os nossos alunos e os nossos professores e investigadores.
Estes são, verdadeiramente, os nossos super-heróis e os nossos superpoderes. E a forma como acreditamos no nosso modelo de ensino-aprendizagem, que se sustenta numa íntima relação com as empresas – assumimos a nossa vocação enquanto escola de negócios e de economia -, motiva-nos a criar novos contextos e novas circunstâncias de aprendizagem que permitam que os nossos alunos e os nossos professores possam desenvolver competências e conhecimentos orientados para a prática, para os novos desafios de disrupção e com uma forte orientação para as soluções. Ou seja, através do Ecossistema de Inovação, estamos também a “alimentar” as nossas missões primordiais: educar e investigar. No fundo, estabelecemos jornadas de inovação com empresas, entidades públicas e ONG, que envolvem alunos, professores, start-ups e pares numa comunidade de inovadores assente em dinâmicas de inovação aberta e colaborativa, orientadas para impacto e para a criação de valor partilhado.
Temos um ano de Ecossistema de Inovação. E não estamos nada satisfeitos. Podemos e devemos fazer mais. Podemos e devemos ser mais capazes de mobilizar a comunidade da Nova SBE e podemos e devemos ser mais capazes de atrair mais parceiros externos. A nossa obsessão pela geração de impacto, associado à urgência e à magnitude dos grandes desafios societais que temos pela frente, mostram-nos que não temos tempo a perder e que temos que escalar a capacidade do Ecossistema de Inovação da Nova SBE para se assumir como uma grande plataforma, um grande “living lab” para experimentarmos os produtos, os serviços, os modelos de negócio e as propostas de valor que vão criar um mundo melhor, mais sustentável, mais inclusivo e mais próspero.
Acredito muito que o modelo de “university-as-a-platform” será profundamente capaz de gerar esse salto quântico de impacto e que, a partir da Nova SBE, estaremos capazes de cocriar novas e melhores disrupções.
Obrigado a todos os que acreditaram e acreditam nesta ideia, nesta visão. Às diferentes equipas do Ecossistema de Inovação, que têm sido um exemplo de perseverança e de paixão. Obrigado a todos os que, na escola, têm estado direta e indiretamente envolvidos. Obrigado a todos os parceiros que têm acreditado nesta experiência.
Ao fim de um ano, e num momento em que a escola entra numa nova fase da sua história, o Ecossistema de Inovação está finalmente pronto para começar a sonhar tudo de novo.
Recorde a inauguração do Nova SBE Innovation Ecosystem aqui.