foco atual no setor está na sobrevivência:resguardar lucro e funcionários, e encontrar fundos alternativos definanciamento. Contudo, esta é a altura-chave para pensar a longo prazo.
De acordo com um estudo divulgado pela consultoraPwC, “com muitos negócios de turismo e lazer a operarem com margens apertadas,uma queda nas vendas de 10 a 20% pode colocá-los em perigo financeiro”,mesmo sem contar com os custos adicionais referentes às medidas necessáriaspara reabrir os negócios, como os custos de limpeza adicionais, o equipamentode proteção individual ou para assegurar o distanciamento físico.
Segundo a consultora, é importante também ter duasnoções bem presentes: a flexibilidade e a resiliência. Paraassegurar que estes dois critérios são cumpridos, as organizações devem ter presentesque é necessário eliminar os “maus gastos”, o que muitas vezes pode significartrabalhar com companhias e equipas mais pequenas, e diversificar e ampliar abase dos consumidores. Neste último ponto, salienta-se que uma gama maior deprodutos pode conferir maior flexibilidade.
No entanto, as decisões comerciais devem basear-se,acima de tudo, no comportamento dos consumidores. “Os operadores devemadaptar os negócios para irem ao encontro de quaisquer mudanças nas consumertrends, investir no futuro e capitalizar sobre novas oportunidades”,pode ler-se no documento disponibilizado pela PwC.
Fique a conhecer algumas das tendências dosconsumidores atuais na área do turismo:
- Foco nas experiências - as gerações mais novas têm preferido gastar mais dinheiro em experiências do que em bens materiais. Provas gastronómicas, roteiros e turismo de aventura são atividades cada vez mais procuradas e espera-se um crescimento progressivo deste mercado nos próximos anos.
- Aceleração dos serviços digitais - a penetração do online foi acelerada pela crise, em várias áreas:
- Entrega de comida ao domicílio: asentregas ao domicílio no setor alimentar devem duplicar na próxima década.Estudos indicam que, nessa altura, 20% das receitas dos restaurantes devem dependerdo serviço de home delivery.
- Fitness: com o confinamento, aprocura por as aulas de fitness online aumentouexponencialmente. Com o crescimento da oferta e da procura, surgiram novosmétodos de pagamento, oportunidades de negócio e de customer engagement.
- Viagens: cada vez mais a procura éfeita online. Contudo, para além da oferta, a digitalizaçãopromoveu a comunicação entre o consumidor e o operador. Com a emergência devárias ferramentas de comunicação, na qual se incluem os chatbots,tornou-se mais fácil e rápida a compra de viagens e experiências.
- Foco nos valores e no propósito – os valores que uma organização defende parecem estar a ganhar cada vez mais relevância para os consumidores. Más ações por parte de companhias são regularmente criticadas nas redes sociais: desde a forma como os clientes e a comunidade são tratados, até aos comportamentos de staff. Da mesma forma, boas ações e intenções podem deixar uma marca positiva e duradoura. Cada vez mais, as organizações devem focar-se no seu propósito como fator diferenciador no mercado.
“Apesar do ambiente incerto, aqueles que usarem operíodo da crise para reavaliarem e remodelarem os seus negócios vão beneficiarno período de recuperação, e depois dele”.É assim que termina o relatório da PwC sobre o tópico. Está pronto paracapitalizar estas tendências e reconstruir o seu negócio?