Na zona euro, especialmente exposta aos efeitos da invasão russa da Ucrânia pela sua proximidade geográfica e pela sua grande dependência dos combustíveis fósseis importados, as oportunidades de crescimento vão concentrar-se nos setores automóvel, TIC e farmacêutico.
A produção de automóveis irá crescer 7% em 2023 (contra os 3,2% mundiais), com a França na dianteira, seguida da Alemanha e do Reino Unido. Apesar de uma possível debilitação da procura, o setor ver-se-á impulsionado à medida que se recuperem os inventários e se desvaneça a ameaça do racionamento energético. O setor farmacêutico registará um forte crescimento em Itália, nos Países Baixos, na Suécia e na Suíça. A consolidação das instalações de produção, as cadeias de fornecimento e as normas de produção prometem um crescimento sólido na Europa no médio prazo. Também o setor das TIC continuará a crescer em todos os mercados europeus, apesar da elevada inflação e da incerteza económica.
Na América, prevê-se uma leve recessão nos Estados Unidos pelo efeito dos preços e das taxas de juro sobre a procura interna, o que afetará inevitavelmente outras economias da região. As oportunidades de crescimento dar-se-ão em setores como o automóvel e o transporte. O transporte nos Estados Unidos e no México cresceu dois dígitos em 2022 e manterá um bom dinamismo em 2023. Quanto à produção de automóveis, o Canadá, o México e o Brasil vão registar crescimentos superiores a 4%. A elevada carteira de encomendas e os baixos inventários vão impulsionar o setor, mas a confiança dos consumidores é baixa e a inflação elevada.
Na Ásia, a Crédito y Caución prevê que o crescimento continue a desacelerar à medida que enfraquece a procura mundial. A construção, as TIC, a alimentação e o transporte apresentam previsões de forte crescimento. A construção vai crescer cerca de 6,4% (face aos 1,9% mundiais). O crescimento será especialmente intenso na Indonésia, no Vietname e na China, que impulsionará o investimento em infraestruturas para compensar as dificuldades do imobiliário. O setor das TIC crescerá cerca de 6,5% (face aos 3,3% mundiais). Na índia, que superou todas as grandes economias durante a passada década e beneficiará de uma mão de obra numerosa, jovem, especialista em tecnologias e relativamente barata, crescerá 19%.
Também se destacam a China, o Vietname, a Tailândia e a Indonésia. A alimentação crescerá 4,0% (face aos 1,2% mundiais) devido à classe média, em crescimento em todos os mercados emergentes da região, que está a substituir os alimentos básicos por produtos de maior valor acrescentado. A China irá registar o maior aumento. O transporte e a logística vão crescer 7% (contra 3,8% em termos mundiais), devido ao aumento do transporte de passageiros e ao comércio eletrónico. O dinamismo mais intenso registar-se-á na Índia e no Japão.
Este artigo trata-se de uma republicação no âmbito de uma parceria com a Supply Chain Magazine - leia a notícia original aqui.