O Metaverso tem o potencial de impactar todos os aspetos do mundo dos negócios, desde o entretenimento até à aprendizagem, ao marketing, à interação com os colaboradores, a experiência do consumidor, inovação e gestão de comunidades.
Pode ser revolucionário e a oportunidade mais significativa de fazer crescer o seu negócio na próxima década. Ou pode ser um falhanço. Há ainda muito que não sabemos sobre o futuro desta plataforma, mas a única coisa que podemos dizer com certeza é que é real.
E, se está a desenvolver ou considerar uma estratégia de negócio para captar valor no Metaverso, gostaria de partilhar consigo cinco pontos relevantes focados na venda com base no comportamento do consumidor, que podem guiar os passos iniciais da sua estratégia, que exigirão que olhe tanto para dentro como para fora da organização.
1. Foque-se na proposta de valor
Continue a transitar da venda de produtos para uma cultura centrada no cliente, com a venda de valor no centro do ADN da organização. A inovação tem estado tradicionalmente no escopo da investigação e do desenvolvimento, mas não vai longe se não se munir a máquina comercial com propostas de valor eficazes.
Criar propostas de valor eficazes é uma prioridade que é muitas vezes negligenciada porque não são fáceis de determinar. É o trabalho mais introspetivo que uma empresa deve encetar para responder à questão fundamental: porque deve o meu cliente ideal estar comigo, comprar de mim, em vez de optar por outras alternativas diretas ou indiretas ou por outros competidores?
Pode parecer uma resposta simples, mas a maioria dos profissionais das vendas ainda estão centrados em si mesmos e na venda de produtos. É imperativo que se consiga diferenciar nalguma área em que mais ninguém consiga competir. Não apenas no preço. Lembre-se de que há sempre alguém disponível para faturar menos. Leve as propostas de valor a sério, invista devidamente, teste-as, envolva as equipas comerciais, desenvolvimento de produto e treine os seus colaboradores.
2. Crie convergência comercial
Ajustou o seu processo comercial à forma como o seu cliente compra e faz decisões? Não é suficiente fazer diagramas do ciclo de vida, compra e processo de decisão dos clientes no plano de vendas. Estes devem moldar o seu processo, não aparecerem independentemente ou separados dele.
Maior parte das organizações ainda estão a tentar descobrir o alinhamento funcional entre áreas comerciais chave, como vendas, marketing e apoio ao cliente, mas os pioneiros e visionários já estão a mostrar sucesso ao restruturarem as suas organizações para atingirem convergência comercial e criarem experiências para o cliente sem fricção.
3. Use processos de interação multi-encadeadas
O seu cliente não tem apenas uma única jornada de consumo. É necessário identificar e compreender quem são os múltiplos stakeholders envolvidos no processo de tomada de decisão e compra numa organização-cliente, conhecer como cada um interage consigo, os pontos em comum e como pode ajudá-los para conseguir um consenso, enquanto percorrem o seu próprio percurso de interação consigo.
Construa o tipo de interação multi-encadeada que conecta, facilita e aborda as necessidades e a forma como pode satisfazê-las, tendo em conta todos os stakeholders envolvidos, ao mesmo tempo que antecipa as suas necessidades, harmoniza e personaliza as mensagens, usando um misto de recursos humanos e digitais, entregues com um apoio customizado.
4. Construa um funil de vendas que converta
Ninguém sabe ao certo o poder que terá o Metaverso, mas é claro que estará a interagir e a competir no mundo mais integrado, global e virtual alguma vez conhecido.
Não deixe que os seus funis de vendas tenham uma performance inferior aqui. Não há vantagens geográficas, portanto, as suas soluções marketing num local onde o machine learning e o G4 analytics são a norma vão forçá-lo a distanciar-se de toda o “ruído branco” competitivo e a desenvolver um funil de próxima geração, poderoso o suficiente para maximizar a conversão.
Vai precisar de Consciencialização Situacional – isto é no que as empresas de elite se focam, o que lhes concede agilidade – conhecer o que se passa à sua volta, “ver” coisas que os outros não veem, compreender a situação do prospeto, o perfil, os desejos e as necessidades, saber que uma solução não serve a todos, ser capaz de ler, reagir e implementar o plano certo para combinar cenários novos e existentes. Não pode apenas fazer “copy and paste” do seu funil atual e das táticas digitais no Metaverso.
5. Projete para a diversidade
Estamos a assistir uma mudança do social para o societal? De ferramentas que permitiam apenas comunicar para ferramentas que potenciam a relação entre as pessoas, os locais e as marcas?
As empresas devem compreender e abraçar a acessibilidade, a diversidade e a inclusão, incluir as diferenças, peculiaridades, expressões, gostos e desagrados de todas as culturas potencialmente presentes, especialmente dos mercados menos representados.
Adote uma abordagem mais equitativa com suas campanhas. Investigue, torne-se parceiro e trabalhe com comunidades menos representadas para perceber o que lhes faz sentido e valide como e o que desenhar para satisfazer as suas necessidades no mundo virtual.
Conclusão
Os profissionais de vendas que deem estes passos vão ser os que sabem utilizar a tecnologia devidamente no mundo virtual, que pode ser o seu maior amigo ou pior inimigo. Estas companhias vão construir sobre pilares de consciencialização situacional, conhecendo bem os clientes, não usando as informações como máquinas de spam para convertê-los em vendas, mas através de mensagens personalizadas e feitas à medida.
Vão também contribuir para a diversidade. Vão abraçar os mercados menos representados, desenhando experiências que reduzam a desigualdade, encorajem uma maior coesão social e expandam o acesso à educação.
Vão ser eficientes a captar a Metamind – a nova mentalidade partilhada com os seus consumidores no Metaverso.
No entanto, deve frisar-se que este espaço não deve substituir o mundo real as conexões em pessoa, que nos tornam humanos e nos aproximam. Devem complementar o que já fazemos e expandir a diversidade de experiências.