“O principal tema é a falta de realização profissional, que invariavelmente afeta os profissionais em inúmeros momentos da nossa carreira”, começou por contar-nos Cristina, acrescentando que durante os 20 anos de experiência no mercado de comunicação corporativa, em multinacionais e grandes empresas, como a Avon, Pão de Açúcar e Wallmart, deu por si a fazer as mesmas questões que muitos dos seus colegas também faziam: “não estou feliz. O que está a faltar?”.
“Durante os esforços para a mudança, mudávamos de emprego, abraçávamos um projeto novo, mudávamos de carreira, empreendíamos, mas quando passava a fase do namoro, voltávamos a pensar que faltava aquela realização profissional”.
Foi o WLP que a inspirou a fazer uma imersão nos seus próprios pensamentos e a perceber que olhando para ordinário do dia a dia é possível encontrar coisas extraordinárias e pouco exploradas. E este “livro é especialmente para os funcionários da atualidade que estão a sofrer com tantas mudanças rápidas. Não temos tempo sequer para processar o que está a acontecer, quanto mais para parar, silenciar, olhar para dentro de nós e perceber o que é o nosso extraordinário, qual é a nossa habilidade e o presente que a vida nos deu”.
“O que era incrível no WLP é que ali aprofundávamo-nos sempre. Existia provocação. Em todas as aulas, éramos desafiados a olhar para dentro. Havia pessoas que faziam as reflexões e expunham e as pessoas que faziam as reflexões e ficavam em silêncio. Eu fui uma delas”. Contudo, foi numa das sessões do programa, quando uma colega num breakout room comentou que aquilo que ela gostava de fazer era semelhante às suas reflexões que se apercebeu que a partilha era o caminho a seguir.
“Além de ter sido despertada por uma dessas colegas, comecei a conhecer histórias de mulheres incríveis que chegaram a estas conclusões sem saberem que estavam a implementar uma metodologia de autorreflexão. Eu percebi que precisava de contar as histórias delas, para poder inspirar outras mulheres e homens. Eu recolhi cinco depoimentos de colegas da minha turma do WLP, de doze. Quase metade!”
A rede de contactos não foi a única coisa que Cristina guardou do WLP, um programa 100% de e para mulheres, focado nas lideranças femininas, e no qual todas as docentes e participantes são do sexo feminino.
“Quando uma mulher pára para ajudar outra mulher, cria-se uma força muito grande. A turma do WLP tem um grupo que é superativo. É um networking só de mulheres, que não acontece em grupos de outros cursos que eu fiz e onde estão homens. Precisamos de estar cercadas de pessoas que elevem o que temos de melhor e não deixar que o que está ao redor nos contamine. Criámos um movimento dentro do WLP de apoio mútuo que levamos até hoje”.