O quiet quitting, que se reflete nos colaboradores que fazem apenas e exclusivamente o que está no seu contrato e dentro do horário estipulado numa espécie de atitude “desligada” e indiferente, e outros comportamentos a que temos assistido nos últimos tempos, como o The Great Resignation (que consiste numa grande massa de colaboradores que “abandona” voluntariamente os seus empregos), têm revolucionado o mercado de trabalho. Nunca a Gestão de Pessoas teve um peso e importância tão grande, nem nunca assumiu uma posição tão central no âmbito da estratégia de uma empresa, motivo pelo qual é essencial olharmos com atenção e cuidado e discutirmos as principais tendências de recursos humanos.

Acredito que o quiet quitting esteja intimamente relacionado com o nível de engagement dos colaboradores à empresa. É importante “sentir o pulso” da organização (através, por exemplo, de uma cultura forte de feedback, da aplicação de surveys e/ou inquéritos de satisfação, entre outras boas práticas) e trabalhar os pontos críticos que determinam o nível de engagement dos colaboradores. Temas como o propósito (ie. entender o impacto do seu trabalho), estratégia e liderança (ie. ter uma visão estratégica clara e objetivos concretos), carreira (ie. ter um sentido de progressão e de crescimento profissional) ou energia (ie. ter tempo para recuperar do trabalho e um bom equilíbrio entre a vida pessoal e profissional) são apenas alguns dos fatores críticos que impactam o nível de engagement de um colaborador. Os estudos feitos na área demonstram que as equipas com um nível elevado de engagement são cerca de 20% mais produtivas, pelo que, se queremos combater o quiet quitting, já não basta manter os nossos colaboradores motivados com prémios e/ou outros “placebos” que ajudam pontualmente, mas não de forma profunda e estrutural. Temos de ter em atenção o seu nível de compromisso, identificação e envolvimento com a organização, o chamado “amor à camisola”, porque só assim esses colaboradores darão o extra mile e contribuirão para uma cultura organizacional sólida, empenhada, produtiva e eficaz.

Na Nova SBE temos desenvolvido diversas iniciativas para aumentar esse compromisso dos colaboradores para com a escola e temos estado particularmente empenhados em desenvolver líderes que contribuam com as suas práticas de gestão das equipas para esse envolvimento.

Considero que não é apenas a componente salarial que retém uma pessoa na organização onde trabalha, muito menos o fator que a envolve e a mantém comprometida. Se assim fosse, a maioria das empresas perderia os seus colaboradores para multinacionais que apostam no trabalho 100% remoto e salários altos (instalando-se em Portugal, mas com recursos a trabalhar para fora do país e a ganhar ordenados internacionais). A componente salarial é, obviamente, essencial na gestão de pessoas, mas acredito convictamente que “o dinheiro não compra tudo”. A identificação com os valores e propósito de uma organização, bem como o ambiente – leia-se físico, psicológico e emocional – que uma pessoa experiencia no trabalho são fatores absolutamente essenciais quando falamos de gestão de pessoas. Se olharmos para os dados de turnover e o que nos revelam as entrevistas de saída, na sua grande maioria, percebemos que os colaboradores deixam as suas chefias, não os empregos; procuram um novo desafio profissional para aprender mais, crescer e desenvolver-se, e não tanto pela questão – exclusiva e meramente – salarial.

Se uma empresa não consegue ser competitiva do ponto de vista salarial, então deve apostar ao máximo nos fatores críticos que a diferenciam. Perceber qual a sua value proposition, comunicá-la bem e investir na mesma. Principalmente nos dias de hoje, em que se aposta na satisfação do colaborador como fator primordial de retenção de talento, as organizações com bons índices de well-being, formação e desenvolvimento, possibilidade de crescimento e desenvolvimento interno, são as que mantêm os seus colaboradores com uma maior taxa de sucesso.

Dando mais uma vez o exemplo concreto da Nova SBE, por sermos uma business school internacional, abraça-se a diversidade: alunos, professores e staff, portugueses e estrangeiros, coabitam num ecossistema muito dinâmico e com acesso aos melhores recursos, maximizando a produtividade. Temos vindo a afirmar-nos como uma entidade empregadora de referência pelo pioneirismo em políticas de recursos humanos e pelo espírito disruptivo e desafiador com que nos apresentamos perante os colaboradores, candidatos e a própria comunidade. O campus de Carcavelos dá o mote para a existência de um ambiente de trabalho estimulante, com um contacto constante com diversos stakeholders, áreas e projetos, oferecendo uma visão mais abrangente de um setor de atividade verdadeiramente ímpar.

Já conhece o
Programa Avançado de Gestão de Pessoas & Cultura?
Publicado em 
14/6/2023
 na área de 
Liderança & Pessoas

Mais artigos de

Liderança & Pessoas

VER TODOS

Join Our Newsletter and Get the Latest
Posts to Your Inbox

No spam ever. Read our Privacy Policy
Thank you! Your submission has been received!
Oops! Something went wrong while submitting the form.