Foram duas semanas com mais de 40 sessões, 30 empresas, 300 pessoas e 60 oradores – a primeira edição da Nova SBE Sustainability Journey, uma coleção de programas educativos, eventos e conferências e debates dedicados à sustentabilidade, chegou ao fim, esta sexta-feira. Contudo, a jornada sustentável da escola está apenas no início.

Eis alguns highlights do último dia do evento, que teve lugar no campus de Carcavelos:

 

“Queríamos mostrar o estado dos oceanos hoje – por isso é que viram baleias a brincar com lixo”

As Sustainable Collisions Talks, promovidas pelo Nova SBE Innovation Ecosystem, tornaram a contar com casa cheia, desta vez para debater como a tecnologia e a inovação podem salvar os oceanos. A sessão Tangible Dreams: living from the deep ocean to outer space contou com duas verdadeiras lendas da exploração dos mares: Fabien Cousteau, Chief Oceanic Explorer e Cofundador do grupo Proteus Ocean, e Jacques Rougerie, criador da Fundação Jacques Rougerie.

Eu sonho com o dia em que tratamos os oceanos com a curiosidade com que tratamos o Espaço”, afirmou Fabien Cousteau, enquanto apresentava o projeto Proteus, dedicado à pesquisa marinha, ambicionando ser “uma Estação Espacial Internacional subaquática”. Este projeto ambicioso, que promete revolucionar a forma como vemos e estudamos os oceanos, pode ser inaugurado já em 2025 e conta ter a sua primeira missão em 2026.

“Proteus é uma oportunidade para viver no nosso oceano, percebê-lo, protegê-lo e ajudar a restaurá-lo”.

Jacques Rougerie expressou a sua admiração pelo empreendimento e relembrou que “o oceano é o coração da vida na Terra”, mas deixou o aviso para quando iniciativas como esta aproximarem mais a população do mundo subaquático: “as pessoas não podem fazer os mesmos erros que cometeram na superfície”.

James Honeyborne, Diretor Criativo da Freeborne Media & Wild Space, que conta no currículo com produções para a BBC e a Netflix, teve o papel de moderar a sessão e deixou claro que “os problemas reais que os oceanos enfrentam estão a apresentar-se em todo o lado” e que nunca escondeu a verdade em nenhum dos seus documentários:

Queríamos mostrar o estado dos oceanos hoje – por isso é que viram baleias a brincar com lixo”.

No entanto, deixou uma nota esperança: “quando mostramos um problema tangível às pessoas, elas respondem e querem tornar as coisas melhores”.

 

“A COVID-19 veio acelerar o caminho da liderança sustentável”

Laila Pawlack, Cofundadora e CEO do Rehumanize Institute e SingularityU Nordic, focou-se na Liderança de Impacto e na importância de mudar de paradigma para conseguirmos implementar negócios responsáveis, virados para um propósito:

“[Durante a pandemia] percebemos que o mundo pode ser diferente. Muitas pessoas não ficaram contentes quando perceberam o que realmente faziam. Querem fazer parte de algo com significado”.

A especialista em economia responsável sublinhou que “o futuro que criamos depende dos desafios que nos atrevemos a enfrentar hoje” e avisou todos os que deixam as mudanças que têm de ser implementadas para amanhã: “Hoje é o ritmo mais lento que alguma vez vamos ter”.

 

“Vem aí um tsunami e se não mudarmos vamos morrer”

“Porque é que a sustentabilidade não está a gerar a onda que devia?”, começou por perguntar Nadim Habib, Professor Assistente na Nova SBE. Por três razões:

“A primeira é muito simples: as organizações não gostam de mudança. […] A segunda é o argumento longo prazo / curto prazo – eu garanto-vos que as empresas não olham a longo prazo. E a terceira é a medição versus maturidade – não temos maturidade tecnológica suficiente para ter dados fidedignos sobre se o que estamos a fazer está certo”.

O Professor alertou ainda que a mudança para negócios mais sustentáveis terá de acontecer mais cedo do que tarde, porque “vem aí um tsunami e se não mudarmos vamos morrer”. Esta onda gigante “vem do mercado e não do governo”, porque a nova geração de consumidores, de acionistas e de talento vai optar sempre por empresas que tenham futuro e propósito, e estas serão sempre sustentáveis.

 

“Sustainable Leadership Performance”

Podemos aprender sobre liderança através da dança? John Michael Schert, Fundador da JMS and Company, protagonizou um dos momentos mais inspiradores do dia, encarnando o papel de líder, ao lado do dançarino Brett Perry, e demonstrando como os estilos de liderança podem afetar a performance dos colaboradores.

 

“Juntem toda a gente. Tem de haver colaboração radical!”

O último debate da Nova SBE Sustainability Journey contou com representantes de três setores diferentes: público, privado e Educação. Daniel Traça, Dean da Nova School of Business & Economics, trocou impressões com Nuno Lacasta, CEO da APA – Agência Portuguesa do Ambiente, e Madalena Tomé, da SIBS, e garantiu que os três universos distintos devem juntar-se para criar soluções para um mundo mais sustentável.

Vamos juntar todos e encontrar soluções. Ainda há uma certa resistência em Portugal para que o setor privado e o governo trabalhem juntos, mas é aí que as universidades podem desempenhar um papel”, declarou o Dean, que acredita que as escolas podem ser polos de inovação e conhecimento, assim como elos de agregação entre os dois universos. “Juntem toda a gente. Tem de haver colaboração radical”.

Madalena Tomé concordou e acrescentou que, para promover a sustentabilidade, “precisamos de ter um compromisso individual forte com estes objetivos”.

Já Nuno Lacasta salientou que as mudanças necessárias têm de “ser feitas rapidamente. Uma década vai ser demasiado tarde para alguns ecossistemas”.

 

Nova SBE Role to Play Awards

A cerimónia de encerramento da Nova SBE Sustainability Journey contou com a primeira edição dos Nova SBE Role to Play Awards, que distinguiram alguns contributos preciosos para a sustentabilidade no ano de 2021.

O galardão de Impactaful Alumni foi atribuído a João Rafale Brites, Director of Growth and Innovation na How Good, enquanto o prémio para a PHD Student Thesis 2021 foi dado a Eduardo Costa, pelo trabalho com o nome “Essays on Health Economics”. A distinção para Corporate Partner Initiative 2021 foi atribuída a Fundação Amélia de Mello, pelos 40 anos de colaboração com a Nova SBE para oferecer bolsas de ensino.

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Publicado em 
1/7/2022
 na área de 
Negócios Sustentáveis

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