As sociedades contemporâneas atravessam uma vaga de transformação normalmente conhecida como “transformação digital”. Por vezes afirmada como uma quarta revolução industrial, esta vaga tem na sua base o uso de dados para transformar o modo como vivemos, como trabalhamos, como usamos o nosso tempo de lazer. Como aconteceu com todas as outras grandes vagas de mudança, também esta traz oportunidades e ameaças.

Entre as oportunidades, encontram-se novos produtos e serviços que podem tornar as nossas vidas mais fáceis. No trabalho, oferecem oportunidades de flexibilização inimagináveis há uns anos. Este artigo foi escrito no Cairo e enviado para Lisboa com destino a Cabo Verde. Tudo feito numa única máquina facilmente transportável. É possível, a partir de um ponto do globo, trabalhar para o lado oposto do mundo.

Ferramentas como videoconferência tipo Zoom pertenciam ao domínio da ficção científica. Víamo-las em Star Trek; agora entraram nas nossas vidas quotidianas.    

Estas possibilidades estão a transformar as organizações: as estruturas hierárquicas dominantes vão dando lugar a novas formas, desejavelmente mais ágeis. Estes novos formatos obrigam a repensar a liderança e a gestão. Para prosperar nestes ambientes, as organizações precisam de fazer da aprendizagem, da inovação e do desenvolvimento humano, facetas fundamentais da vida organizacional. A aposta nas pessoas e no capital humano, mais que uma frase de ocasião, deve constituir um desígnio organizacional.  

Mas o digital não traz apenas oportunidades. As ameaças proliferam. O controlo dos nossos dados por organizações legítimas e ilegítimas é feito à margem do nosso próprio conhecimento; ou seja, não sabemos quem acede à nossa persona digital. Esses dados são por vezes usados para nos enganar quando compramos online. A guerra tornou-se, vista ao longe, mais parecida com um videogame. O trabalho digital ameaça deslaçar o capital social das organizações e o mesmo acontece com as redes sociais relativamente às sociedades. As ciberameaças deixaram de ser uma ameaça distante para se tornarem um facto concreto. As nossas organizações estão hoje ao alcance de intrusos digitais provenientes de qualquer parte do mundo. O que levanta novos desafios e preocupações.  

Ou seja, estamos a entrar num novo mundo. Como todos os novos mundos, também este trará picos de entusiasmo e vales de desencanto.

Importa sobretudo não esquecer: para o bem e para o mal, este é o momento em que mais precisamos de líderes, isto é, de guias para uma viagem num mundo desconhecido.  

Este texto trata-se de uma republicação de um artigo originalmente publicado na edição especial da revista  Líder Cabo Verde.

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Publicado em 
1/9/2023
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