innie Hart, um EO (Entrepreneur’s Organzation member) de Houston, é autor, gestor de marca (Brand Strategist) e CEO da TwinEngine e da Brand in the Box, vai moderar o webinar webinar, The Future of Leadership, no dia 30 de Junho de 2020. O Painel incluirá Nadim Habib, Professor de Empreendedorismo, Estratégia e Inovação na Nova School of Business and Economics; John Sanei, autor de best sellers, co-fundador e Chief Exponential Officer da Future Self Academy e Erik Kruger, fundador da Modern Breed, uma empresa de learning and Development, que cultiva uma nova geração de líderes e equipas.
O futuro é hoje. Não é mais um conceito distante, aquilo que sabíamos ser verdade no passado, pode não continuar a sê-lo. Entre tantas incertezas, uma coisa é certa: Esta nova era exige líderes fortes e corajosos. Pessoas com vontade de se adaptar, aprender e crescer enquanto lideram. Pessoas com vontade de “meter as mãos na massa” e liderar através do exemplo.
Os últimos meses têm sido uma montanha russa de reinvenções. Damos connosco próprios a perguntar “o que é que será preciso para nos destacarmos e liderar de forma eficaz nesta nova era?”
Pedimos a Nadim Habib, John Sanei e Erik Kruger alguns insights sobre o futuro da Liderança, lições aprendidas e conselhos práticos que o possam ajudar à medida que avança. Aqui está o que partilharam connosco:
Qual é a vossa mensagem para a comunidade empreendedora sobre o futuro da liderança?
Sanei: Nós estamos na interseção entre o antigo e o novo/passado e futuro, movimentando-nos entre a paisagem física e mental da revolução industrial e um novo e repentino híper-dinâmico mundo. Isto significa que liderar através desta transição entre o passado, o vazio atual e um futuro incerto, exige que desaprendamos e reaprendamos o que significa liderar no Pós Covid-19. O vírus terá dois finais – um médico e outro socioeconómico – e ninguém sabe como é que estes finais serão. Para liderar nesse mundo tão incerto, teremos de adotar um mindset de aprendizagem contínua e transformarmo-nos em líderes capazes de se adaptar, com uma perspetiva possibilista, necessária para liderar os outros, e a si mesmo, nas novas oportunidades.
Kruger: Construir, em primeiro lugar, o carácter. Nós tendemos a otimizar a performance e a aquisição de determinados skills mas, de uma forma realista, estas tendências são frágeis e facilmente destrutíveis. Quando isto acontece e, eventualmente, vai acontecer, retornamos ao carácter que construímos. A profundidade, a seriedade, com que construímos esse carácter, no mais profundo de cada um de nós, gerará a capacidade de conseguirmos lidar com a incerteza externa, a ansiedade e os desafios.
Habib: Para muitos empreendedores, o foco esteve sempre na previsão de como é que tudo seria e, a partir daí, construir um plano para vencer nesse determinado cenário. Neste momento, as coisas são diferentes. Ninguém consegue, de forma realista, prever o futuro, o que quer dizer que os líderes têm de aceitar que o seu papel está a mudar. Porque, se não podemos prever o futuro, então, o nosso papel é preparar as nossas equipas, a nossa organização para lidar com qualquer futuro. Olhe para dentro da sua organização e construa/molde as pessoas certas, a cultura certa e os valores a longo prazo que suportarão a capacidade destas pessoas e equipas de se adaptar e lidar com qualquer futuro que venha/surja. Essencialmente, o líder deve passar de alguém que avisa/adverte e controla para alguém se preocupa e cuidadosamente constrói organizações duradouras.
Que práticas permitirão a inovação e o crescimento?
Nadim Habib respondeu:
Os líderes estão a tentar equilibrar a pressão crescente de honrar os seus compromissos, num mundo que enfrenta mudanças rápidas e sem precedentes. Este paradoxo da previsibilidade face à incerteza coloca uma pressão significativa nos líderes de forma a repensar os seus processos de planificação, o modo como operam e como constroem uma cultura organizacional e as suas metodologias. Três das ferramentas que ajudam a manter este equilíbrio são:
- Clareza Estratégica – Certifique-se que tem uma ideia clara das suas intenções estratégicas e de que todos, na organização, estão alinhados consigo. Isto requer coerência e comunicação permanente.
- Disciplina Operacional – Tempos de mudança despertam a necessidade de ação, que pode resultar na realização de muitas ações com um impacto muito diminuto. Os líderes devem ajudar as suas equipas a manterem-se focadas e disciplinadas na manutenção de todos os compromissos com os vários
- Continue a construir uma cultura de Alta Performance – Estipule um objetivo e trabalhe para ele. Os grandes colaboradores/As pessoas querem trabalhar para organizações vencedoras que lhes permitam crescer e ser bem-sucedidos.
Com o sentido de ultrapassar esta fase, que ideias devem os empreendedores adotar ou abandonar?
John Sanei respondeu:
- Liberte-se dos sucessos passados porque se tornarão imensamente irrelevantes à medida que transitamos para a primeira evolução da desmaterialização mundial. Não acho que estejamos a caminhar para a quarta revolução industrial; para onde estamos a caminhar não é nem industrial nem o resultado de uma revolução. Estamos, antes, a progredir para a idade da abundância digital.
2. Construa/crie negócios baseados na sua curiosidade e não naquilo que pensa que o mercado pode precisar. A nova geração de empreendedores vai precisar de um espectro de skills híper focados na sua curiosidade porque é esse o caminho que vai despertar a sua genialidade e identificar aquilo que o mundo irá precisar.
3. Foco na adaptabilidade e robustez em vez de na certeza/convicção e eficiência. A certeza/ a convicção é uma ilusão que bloqueou empresas numa competição permanente durante séculos, mas estes impérios, construídos com esta maneira de pensar têm vindo a ser derrotados por esta pandemia. Agora, aqueles que colaboram e se interrelacionam irão prosperar, pois num ambiente destes precisamos cada vez menos de cada “transaction” mas podemos alcançar exponencialmente mais.
Que mindset devem os empreendedores adotar, neste momento?
Erik Kruger identificou três comportamentos e mindsets:
1. Aceite a incerteza como uma constante. A vida sempre foi imprevisível. Mas, com o mundo em overdrive, tudo é maximizado. Crie mais tempo, durante o seu dia, para aliviar esta incerteza: tempo para respirar, refletir e conversar com amigos ou colegas.
2. Teste os seus limites. Pela minha experiência, nós não nos conhecemos assim tão bem como julgamos. Quando trabalhamos na compreensão de nós mesmos e nos tentamos conhecer melhor e sabermos aquilo em que realmente somos bons, conseguimos destacar-nos com segurança num mundo recheado de incertezas.
3. Aceite o Paradoxo de Stockdale, a ideia de que temos que acreditar sempre que as coisas vão correr bem, enquanto somos confrontados com os factos brutais da realidade. Admiral Stockdale foi prisioneiro de guerra durante sete anos. Foi a sua convicção firme de que devemos enfrentar as circunstâncias em que nos encontramos – por mais sérias ou extremas que sejam – mas ainda assim manter o nosso olhar fixo no horizonte.
O que é será necessário para nos destacarmos e liderar de forma eficaz nesta nova era?
Winnie Hart respondeu:
Lidere com o coração e com a cabeça. Navegar num mundo incerto requer liderar com o coração e com o cérebro. Encontrar o equilíbrio entre o lado emocional da liderança – a autenticidade, a empatia e a compaixão - e o lado racional – a performance, as diretrizes financeiras e o objetivo estipulado. Pensar para além do ROI e introduzir o ROC (regressar à compaixão).
Enquanto líderes, estamos formatados para tomar decisões difíceis e importantes de forma racional. Liderar com o coração exige compreender que a parte emocional irá desenvolver-se de forma constante, à medida que o futuro se for desenrolando. Temos de ser honestos e aceitar que, enquanto líderes, há coisas que não sabemos, e não saberemos, e que o core da liderança é servir, com o coração, as pessoas e as equipas que lideramos. O futuro reside na nossa capacidade de apoiar e estabelecer conexões positivas que permitirão criar a confiança que irá estimular os outros a sobreviver e prosperar em qualquer condição.