Em entrevista, Pedro Brandão, Market & Customer Intelligence Director e Head of the Center of Excellence for Advanced Analytics na NOS SGPS, falou-nos sobre as expectativas para o FAAST e quais os fatores que levaram a NOS a juntar-se à Nova SBE.
Porque é importante fazer este esforço para transformar a NOS numa data driven organization?
A NOS já é, neste momento, uma data driven organization e esta será certamente a sua classificação em qualquer diagnóstico que façamos, seguindo a metodologia que entendamos apropriada. A prevalência de análise de dados para apoiar a tomada de decisão é muito alta na NOS.
Creio que o esforço que estamos a fazer se enquadra num objetivo diferente. Os últimos anos proporcionaram uma evolução muito significativa à forma como a Modelação Matemática e a Engenharia de Computação são aplicadas a grandes quantidades de dados. Esta evolução tecnológica tornou-se democrática sob vários aspetos e por isso acessível às organizações.
Com este enquadramento, os dados deixaram de ser utilizados apenas como espelho retrovisor que descreve o passado e promove decisões humanas, mas passaram a ser usados principalmente como preditor do que vai acontecer no futuro e prescritor do que devemos fazer. Esta é a grande alteração promovida pelas tecnologias cognitivas.
A NOS utiliza há vários anos estas tecnologias cognitivas, como o Machine Learning e a Inteligência Artificial, e acredita que este é o momento indicado para escalar esta utilização tecnológica a todas as suas dimensões operacionais e de negócio, a todas as suas decisões e a todas as suas pessoas.
De que modo é que uma formação em data e digitalização contribui para dar resposta aos desafios atuais da vossa empresa?
É fundamental que as tecnologias cognitivas não fiquem cingidas aos especialistas, isto é, à Modelação Matemática e à Engenharia de Computação. É fundamental que estas tecnologias sejam de universal conhecimento e aplicação por toda a organização. Neste enquadramento é muito importante criar uma mecânica disruptiva de aproximação das pessoas à Analítica Prescritiva, ao Machine Learning e à Inteligência Artificial, indiferentemente da sua função e do seu papel na NOS. No fundo, estamos a falar de um ponto de descontinuidade positiva que é percebido por todos e que foi sinalizado pelo kick-off do programa FAAST, no dia 24 de janeiro.
Acreditamos que esta mecânica disruptiva far-se-á de duas formas fundamentais e complementares.
Em primeiro lugar, através do FAAST, um programa de formação universal e massificado dos perfis de gestão ligados a operações de negócio, a marketing e vendas e a finance, que cobre todos os papéis e todos os níveis de responsabilidade da organização. Estamos a falar de preparar as pessoas da NOS para fazer acontecer.
Em segundo lugar, esta disrupção far-se-á também através de um investimento estrutural em projetos destas características aplicados a todas as áreas da NOS e a todos os seus desafios e esse é também o grande compromisso da NOS. Nesta vertente, estamos a falar de fazer efetivamente acontecer com Advanced Analytics e Tecnologias Cognitivas.
Como é que o Advanced Analytics acrescenta valor no processo de tomada de decisão?
Para a NOS, esta criação de valor está muito ligada às suas características fundamentais enquanto empresa, e está ligada também à sua vocação.
Por um lado, devemos ter em conta que a NOS é uma produtora natural de dados em quantidades extraordinárias e com várias naturezas. Por outro lado, a NOS é uma empresa com uma estrutura operacional extremamente ampla, que inclui desenvolvimento de rede, operações sobre esta rede, sistemas de informação, operações de logística, de forças de terreno, de serviço a cliente, de atendimento técnico, bem como estruturas de Marketing e Vendas de grande dimensão, estruturas financeiras e de desenvolvimento de pessoas.
Em todas estas estruturas operacionais, existem muitos decisores intervenientes, com um conhecimento detalhado de cada operação em ambientes de elevada complexidade.
Nestes contextos, os dados, o Advanced Analytics e as Tecnologias Cognitivas permitem decisões aumentadas, condensando conhecimento e resolvendo a complexidade de forma muito mais ágil do que o humano de forma individual. Estas tecnologias têm funções preditivas sobre o que vai acontecer e acima de tudo prescritivas sobre o que devemos fazer em cada decisão granular que tomamos.
A vocação da NOS é permitir a melhor experiência possível aos seus clientes, este é o território de maior aplicabilidade de Advanced Analytics, Tecnologias Cognitivas e Decisões Aumentadas na nossa empresa. Estas tecnologias são um extraordinário disruptor de experiência de cliente e este corresponde ao maior compromisso da NOS.
Porque escolheram juntar-se à Nova SBE?
A Nova SBE reúne características únicas em Portugal: a sua reputação do ponto de vista formativo, mas também a sua natureza empreendedora e inovadora, o que terá sido um marcador importante desta decisão.
Em adição, o FAAST é muito mais do que um processo formativo sobre tecnologia e o seu potencial. O seu foco fundamental são as pessoas, é a capacidade para formar léxicos conjuntos, para estabelecer novas formas de trabalhar e para tomar melhores e mais ágeis decisões. Esta necessidade encaminhou-nos para a relevância de desenvolver este programa em parceria com uma escola de Business and Economics.
No final, e apesar destes pontos anteriores que são cruciais, creio que o fator mais significativo foi a disponibilidade e a maleabilidade para construir o programa FAAST totalmente à medida dos objetivos da NOS, das nossas pessoas e das nossas necessidades, capaz não apenas de capacitar, mas também de envolver, motivar e mobilizar. A Nova SBE diferencia-se na forma como é capaz de criar uma experiência formativa envolvente e transformadora.
Para a NOS, porque é importante investir na formação dos seus colaboradores?
Só seremos melhores enquanto organização se fizermos crescer as nossas pessoas, as tornarmos mais capazes, mais informadas, mais prontas para explorar novos caminhos e para desafiar, e a formação tem um papel preponderante nesta missão de crescimento conjunto. O investimento em formação sempre foi central para a NOS, mas apresenta-se cada vez mais como um pilar fulcral na vivência da nossa cultura.