De facto, a democratização da educação muito se deve às necessidades que surgiram nesta época – as fábricas precisavam de mão de obra qualificada e, portanto, ampliar a oferta de escolas para as classes mais baixas ia de encontro a essa necessidade.
Mas não é apenas na democratização da educação que os efeitos da Revolução Industrial se fazem sentir, também na configuração das salas de aula, para aquela mais tradicional que ainda hoje utilizamos.
O modelo Taylorista na gestão educacional ainda está muito presente na forma como perspetivamos a Educação e um grande exemplo disso é como e onde aprendemos. Estamos habituados desde cedo a entrar numa sala de aula e observar a disposição clássica: professor à frente e alunos sentados uns atrás dos outros. Por vezes, até inovamos a forma como dispomos as cadeiras, até tiramos as mesas e desafiamos os alunos e professores a experimentarem outras possibilidades dentro da sala de aula, mas nunca fora. Porquê?
Na Escandinávia, na década de 1950, fundou-se a primeira Forest School - movimento que se foi expandido tendo até chegado já a Portugal. Nestas escolas da floresta, direcionadas maioritariamente para crianças, os processos de aprendizagem acontecem ao ar livre, muitas vezes pela observação do meio envolvente. Através desta nova metodologia percebeu-se que, retirando as quatro paredes que muitas vezes nos abraçam, as potencialidades no processo de aprendizagem são imensas.
Então, perguntamos-vos: porque não se desenvolvem mais experiências de aprendizagem para executivos no exterior?
Para Pedro Hipólito, participante do programa Liderança de Alta Performance, as vantagens de sair da nossa zona de conforto e aprender num ambiente externo estão claras.
Na sua opinião, aprender ao ar livre ativa o organismo e os seus sentidos, permitindo aos participantes estarem mais focados e aumentando a sua capacidade de retenção. O ambiente que se proporciona é mais descontraído o que, por sua vez, aumenta a participação. Tudo isto são vantagens que nos fazem perceber que, de facto, há espaço fora da sala de aula para a aprendizagem e que, por vezes, pensar fora da caixa é literalmente sair fora dela.
Vivemos neste momento a 4ª revolução industrial onde a tecnologia, inteligência artificial e robótica parecem-nos o futuro, desafiamos-vos a pensar que futuro nos espera na Educação? Ficamos dentro ou vamos para fora?