O inquérito a 4.206 profissionais, de 75 países, revelou que, em 3 anos, os desafios ambientais ultrapassaram o rápido avanço tecnológico como a maior ameaça global aos negócios.
Em 2018, 23% dos profissionais classificaram as preocupações ambientais como um dos principais desafios enfrentados pelos líderes empresariais no século XXI, atrás da tecnologia (28%).
No entanto, a pesquisa realizada em setembro de 2021 mostrou que 43% dos profissionais acreditam agora que o ambiente estará entre os maiores desafios, com a tecnologia atrás, em segundo lugar (27%). Ambos são ainda considerados desafios maiores para os negócios globais do que mudanças nos centros de poder económico e político mundiais (14%), instabilidade política (6%) e, até, pandemias (3%).
Uma mudança impressionante
O professor Lars Strannegard, vice-presidente da CEMS Global Alliance e Presidente da Escola de Economia de Estocolmo, disse: “As nossas estatísticas revelam uma mudança impressionante no número de profissionais em todo o mundo que veem a emergente crise ambiental, assim como o desastre climático iminente, como o maior desafio que os líderes empresariais internacionais terão de enfrentar no século XXI”.
“Há três anos, o ritmo acelerado no avanço tecnológico era a principal preocupação dos entrevistados, no entanto, as novas descobertas indicam que as pessoas já não estão tão assustadas com o progresso tecnológico quanto antes. Isso pode refletir o facto de a pandemia ter acelerado e integrado a digitalização em apenas alguns meses. Os profissionais adotaram totalmente formas digitais de trabalhar porque não havia outra hipótese.”
Trabalhar juntos pela sobrevivência do planeta
A CEMS realizou uma investigação junto de 4.206 dos seus alumni, de 75 países do mundo*, a maioria dos quais detém cargos profissionais, encontrando-se alguns em funções de gerência sénior.
Lars Strannegard acrescentou: “Não há dúvida de que este é um período único na história mundial, que requer líderes excecionais, que possam coletivamente apresentar soluções inovadoras para enfrentar a emergência climática iminente. O nosso estudo acrescenta peso à necessidade imediata de ação coletiva, de empresas e governos, sobre o meio-ambiente, antes que seja tarde demais”.
“Todas as partes devem trabalhar juntas para a sobrevivência do planeta. Através da CEMS, dedicamo-nos a preparar futuros líderes, que são equipados não apenas com a paixão e o conhecimento necessários para enfrentarem os desafios ambientais, mas também com as habilidades necessárias para transformar as organizações de dentro para fora”, disse.
“Em todo o mundo, vemos nossos graduados – muitos dos quais participaram nesta pesquisa – a levar o seu compromisso com o meio ambiente e a sustentabilidade da sala de aula para o mundo dos negócios, como líderes e empreendedores transformadores.”
Enfrentar as mudanças climáticas através da educação empresarial
O corpo docente do CEMS Business and the Environment, aberto a todas as escolas do CEMS, foi fundado em meados dos anos 90, com o objetivo de investigar e ensinar sobre implicações na gestão da relação entre os negócios e o meio-ambiente.
Os membros estão sedimentados numa ampla variedade de campos disciplinares (incluindo administração e economia, química, biologia, matemática), o que lhes permitiu desenvolver e implementar novas formas de introduzir as questões ambientais na educação empresarial convencional.
Deste grupo de professores, surgiram iniciativas inovadoras, como a simulação do Modelo UNFCCC, o culminar de um programa de um semestre sobre política climática que ocorre nas escolas CEMS em toda a Europa. No seu 13º ano, o MIM de 30 nacionalidades reuniu-se online, em maio, para a simulação de 2021.
Durante o evento, os alunos receberam papéis para desempenhar, que refletem as funções dos participantes das negociações reais, e trabalharam para obter um consenso em torno de estratégias ambiciosas para implementar o objetivo global de manter as mudanças climáticas abaixo de 2 graus.
*Pesquisa realizada em setembro de 2021