Certamente, podemos ter muitas ideias arrojadas sobre o futuro dos mercados espaciais [ex: Órbita terrestre baixa – LEO (Low Earth Orbit), a Lua e mais além, e como o Espaço vai certamente impactar muitas indústrias na Terra nos chamados mercados downstream], mas é difícil prever exatamente como a nova economia espacial se vai parecer em 2050. Como uma ampla gama de fatores, incluindo avanços tecnológicos revolucionários, colaborações estratégicas geopolíticas e políticas governamentais orientadas para o mercado definirão diferentes caminhos para nações espaciais bem-sucedidas. Contudo, baseado nas novas tendências de desenvolvimento, pode verificar-se que a nova economia espacial global continuará a crescer nas próximas décadas, e, de acordo com uma investigação recente da consultora Rand Corporation vão existir facilitadores e restrições tecnológicos (ex: avanços em materiais, propulsão, comunicações, novos sensores, IA & ML, ...) e facilitadores e restrições não-tecnológicos (ex: dinheiro, competências, regulações, redes e cultura,...), o que vai contribuir para este crescimento.

Atualmente, na Nova School of Bussiness & Economics prevemos o florescimento de uma nova economia do Espaço, na qual a educação empresarial será fundamental para desenvolver a próxima geração de líderes que trabalham nesta indústria. A nova economia espacial global integra muitas indústrias não espaciais, que necessitam do Espaço para um futuro mais digital e sustentável. Vários setores estão a utilizar e a desenvolver as operações dos seus negócios e a sua posição no mercado baseada em dados e inteligência espaciais, por exemplo: agricultura, gestão de recursos naturais, transporte, energia, seguros, monitorização ambiental, gestão de desastres, media e entretenimento, saúde, medicina e farmacêuticas, serviços financeiros, Governo e defesa. Além disso, o financiamento disponível para o novo ecossistema espacial não é negligenciável e, de acordo com a McKinsey & Company, se olharmos para 2021, os mercados público e privado investiram 10 mil milhões de dólares de capital novo para desenvolverem empresas espaciais, e estes investimentos alimentaram uma nova onda de dinamismo e inovação.

Uma estratégia integrada em direção à nova economia espacial está a ser desenhada e a educação avançada, a análise de casos de negócio, a investigação ao nível de doutoramento, atividades empreendedoras e iniciativas com novos stakeholders espaciais estão a florescer de tal forma que nesta década, até 2030, estaremos bem preparados para enfrentarmos os desafios empresariais futuros até 2050. É impossível prever exatamente como a nova economia espacial se vai parecer em 2050, mas certamente vai existir um aumento da atividade comercial, através de inovações revolucionárias no Espaço (ex: energia solar e fabricação baseadas no Espaço, o aumento da presença humana na órbita terrestre baixa (LEO) e na Lua, o aumento do uso de dados espaciais por indústrias não espaciais, impulsionando a colaboração internacional para um ambiente mais padronizado de governança e regulamentos espaciais). Além do LEO e da Lua, a mineração espacial tornar-se-á mais eficiente, fornecendo potencialmente novas fontes de abastecimento valiosas, como água, metais raros e hélio-3, essenciais para atividades comerciais e missões no Espaço profundo.

De certeza que a economia global espacial em 2050 continuará a ser uma indústria de “alto-risco e alta recompensa”, mas com líderes de pensamento nos negócios e na tecnologia conhecedores, as recompensas vão certamente compensar os riscos. Para empresas em setores mais maduros, as tecnologias espaciais podem providenciar dados que sejam uma fonte de vantagens competitivas, assim como de recursos mais sustentáveis. Os negócios, a gestão e o ecossistema de inovação nas escolas de negócios oferecem às empresas um caminho para “sonharem” juntas, com mentes curiosas e apaixonadas, imaginando o Espaço como uma plataforma de exploração para a sustentabilidade do nosso planeta, ajudando a economia a desenvolver-se através de modelos de negócio e oportunidades espaciais e transformando a Europa numa plataforma de exploração de novas ideias e recursos, prosperidade e sustentabilidade, combinando tecnologia, gestão e economia - o que nos leva a uma visão de futuro sustentável.

Este artigo foi redigido por:

Miguel Pina e Cunha - Professor e Diretor Académico na Nova SBE Executive Education

Emir Sirage - Diretor do Programa Space for Business

Pedro Penedos - Space for Business Programme Manager

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Publicado em 
13/11/2023
 na área de 
Finanças & Economia

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