Os países, as empresas e as pessoas que não compreenderem que a Blockchain vai transformar a indústria, os negócios e a forma de relacionamento social, arriscam-se a ficar na cauda de todos os índices de desenvolvimento e de crescimento. Com esta tecnologia também chegam os contratos inteligentes e as aplicações descentralizadas. Realidades que farão parte do dia a dia dos nossos filhos, mas que, neste momento, tiram o sono a muita gente.
Existem os indivíduos incomodados e aqueles que, por outro lado, tentam influenciar e mitigar eventuais riscos de implementação generalizada. Mas esta reflexão tem de ser feita por todos – por sinal, os mais incomodados até farão parte do grupo de pessoas menos informadas.
Uma das perguntas mais comuns, quando falamos de tecnologia Blockchain, é dirigida ao seu âmbito de aplicação. A melhor forma de responder a esta inquietação consiste na utilização de uma figura de estilo, uma imagem. A tecnologia Blockchain é um Loop. Se, por um lado, pode servir para implementar novos meios de pagamento, também serve para assegurar novas plataformas, baseadas em contratos inteligentes, com tokens diversos – tais como aqueles que identificam determinada propriedade ou qualquer outra coisa, corpórea ou digital.
Neste Loop é assimilada a internet das coisas, com os seus oráculos – em conjugação com a Web3 – transformando a logística, a nuvem, as redes sociais, os jogos e o entretenimento. Mais à frente, o nosso Loop altera o armazenamento de dados. A nossa informação passa a ser descentralizada, potenciando a supercomputação, as bolsas descentralizadas, os tokens de bolsa, as fintech, a segurança e a identidade digital. Se acelerarmos até ao centro da imagem proposta, podemos encontrar os algoritmos autónomos descentralizados que se propõem gerir ecossistemas, enquanto bebemos um chá, tranquilamente. Poderíamos continuar a viajar no nosso Loop e observar os impactos na construção automóvel, na aeronáutica, nos mercados e na inteligência artificial, mas desafio cada um a aventurar-se nesse trabalho de descoberta, pois será fascinante.
Esta é uma hora de reflexão, pois ainda vamos a tempo de entrar neste comboio, cada vez mais acelerado. Compete, em primeiro lugar, às empresas, às universidades e aos particulares entenderem a natureza fundacional da quarta revolução industrial. Em segundo lugar, compete aos governos regular e adaptar a lei aos novos ecossistemas – partindo do princípio de que, pela primeira vez na nossa história civilizacional, a lei possa ser, em grande parte, código.
A Nova School of Business and Economics quer ser parte ativa na construção destes ecossistemas e, por isso, assumiu uma posição de liderança em Portugal, desenhando o Programa de Blockchain & Smart Contracts. Nesta formação, para além de uma base teórica muito sólida, os participantes são desafiados a dominar a tecnologia Blockchain e a experimentar a construção dos seus próprios contratos inteligentes.
Este texto trata-se de uma republicação de um artigo originalmente publicado na Forbes Portugal - Leia o original aqui.