Desço as escadas e entro num corredor escuro. Enquanto não sou surpreendida pelas projeções de vídeo “nas meninas”, entro numa viagem sensorial cheia de questões: “que música é esta? Eu conheço isto... não, espera! Não pode ser...” – oiço, porém não acredito, qual sensação de navegadora portuguesa, quando a virar à esquerda na onda, se depara com o Brasil. A verdade é que sou uma reggaetonera apaixonada, com um fraquinho por música, vá, ligeiramente mais erudita. As aplicações de música não chegaram lá, mas felizmente havia um QR code nas paredes do museu, que me permitiu identificar este pináculo acústico – “The Four Seasons, Winter, 1st Movement, I. Allegro non molto, Concerto in F Minor, Op. 8 No. 4 by GuitarCello”. Isto é só para quem gosta de molhar as batatas fritas no sundae, mas convido-vos na mesma a experimentar este delicioso Vivaldi caribenho.

E não digam que não é verdade, as buzzwords sim que funcionam. Adoro arte, mas foram as expressões “tech museum”, “holograma” e, com algum pudor admito, “experiência imersiva” que me levaram ao Velázquez Tech Museum, em Madrid.

Mas os tentáculos da tecnologia não se sentem apenas na cultura. Recentemente, no evento “Building the Future”, patrocinado pela Microsoft e desenvolvido pela iMatch, depois de ter o cérebro já a fritar hambúrgueres de IA generativa, e de não poder mais com palavras de “eficiência, produtividade, vantagens, benefícios...”, eis que a Cara Antoine (Capgemini Netherlands) nos sacode um bocadinho com um caso de tecnologia com impacto social. Isto é, tecnologia pensada para resolver um problema bem humano e social. A “Seeing AI” é uma aplicação gratuita que literalmente narra todo o mundo à nossa volta. Tal como descrito na App Store, foi concebida com e para a comunidade de cegos e pessoas com baixa visão, e é um projeto de investigação em curso, que aproveita o poder da IA para dar a conhecer o mundo visual, descrevendo pessoas, texto e objetos próximos.

Acordei de boa com a vida, por isso só vão ouvir belezuras sobre dados e tecnologia. Também as há e são muitas! No Nova SBE Data Science Knowledge Center, temos uma tendência natural para inundar os alunos e os professores com desafios desta natureza. Alguns exemplos incluem a utilização de dados para uma melhor classificação de comerciantes, de forma a apoiar a identificação de fraude (projeto atualmente a decorrer entre os alunos do Master’s in Business Analytics e a SIBS); a melhoria da classificação da investigação científica na saúde, especificamente para promover o conhecimento médico sobre Esclerose Múltipla (projeto atualmente a decorrer entre os alunos do Master’s in Business Analytics e a Gregory AI); a melhoria das plataformas digitais do ACM – Alto Comissariado para as Migrações (agora AIMA), para facilitar o processo de integração dos migrantes em Portugal; a transformação radical do processo de compra e venda de imobiliário, através de um processo mais seguro e transparente baseado em blockchain (com a Unlockit, no âmbito de um projeto financiado pelo PRR, “Descentralizar Portugal com Blockchain”); ou a recolha e análise de dados para um maior conhecimento da população do Sudão do Sul, no que concerne a hábitos de higiene, imunização, cuidados pré e pós-parto, nutrição infantil, entre outros (com a UNICEF e a New Angle).

A vida é bela com a tecnologia a nosso lado, só é preciso beber com moderação.

Já conhece o
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Publicado em 
27/2/2024
 na área de 
Digital & Tecnologia

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