Portanto, tem apenas 55 anos e ainda tem bastante tempo. Iniciou ou comprou a sua empresa há 20 anos ou, talvez, a tenha herdado. Está em ótima forma e, certamente, não se consegue desprender da adrenalina de gerir o seu próprio negócio. No entanto, agora é o melhor momento para começar a pensar na sua sucessão.
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ão significa, porém, que pare de trabalhar agora, mas a sucessão empresarial pode levar vários anos desde os seus primeiros pensamentos até à sua conclusão. Ademais, quanto mais cedo refletir no assunto mais fácil será pois sabe que ainda tem tempo. Eis o que Luc Darbonne, líder da quarta geração da Daregal, líder mundial em ervas aromáticas, diz: “Eu acho que um líder precisa de começar a trabalhar na sua sucessão aos 50 anos, antes do tempo. Depois, a carga emocional torna-se muito forte.” Ele compartilhou os seus pensamentos connosco em 2007 e já havia começado há alguns anos. Somente em 2013 é que o seu filho Charles foi, formalmente, instalado para sucedê-lo.

Supondo que seja o único proprietário, provavelmente tem muitas opções em vista. Se outros membros da família estiverem envolvidos no negócio, como proprietários ou funcionários, ou estiverem a preparar-se para entrar no negócio, é fundamental debater abertamente com eles sobre se o negócio deve permanecer na família. Estratégia de negócios, financiamento, talentos da família e empenho são alguns dos fatores que entrarão em “jogo” nessa decisão.

Vender o negócio

Parece uma opção fácil, contudo, pode ter preferências em relação ao tipo de investidor que assumirá o negócio. Pode refletir sobre a questão: quem ou qual organização seria o melhor proprietário deste negócio?

Um dos seus esforços nos próximos anos será garantir que sua a empresa sobreviva sem si, para 'personalizá-la', principalmente com a criação de um conselho de administração mais forte. O qual poderá, também/igualmente, ajudá-lo em todas as etapas, necessárias para preparar o negócio e chegar a uma “boa venda”.

Pode vender o negócio para os seus gerentes e funcionários. Tem o benefício de trazer novos proprietários que já conhecem e estão empenhados no negócio. No entanto, embora seja importante garantir que seja tão rigoroso neste processo quanto seria com um investidor externo - e que não perca funcionários valiosos no processo devido ao fracasso das negociações. Pode, igualmente, vender para um ou vários gerentes-chave e/ou usar um plano de propriedade de ações de funcionários, tornando todos os funcionários proprietários parciais da empresa.

Passar/Transferir os negócios para a família

Esta é uma opção para algumas empresas que já passaram por várias gerações de sucessão familiar. Estes indivíduos podem sentir-se como Charles Darbonne, 5.ª geração de uma empresa familiar: “Uma empresa familiar não é inteiramente sua. Não lhe pertence. Está aqui para passar o testemunho”. No entanto, a sucessão familiar não é uma escolha óbvia para muitos empreendedores. Alguns preferem passar diretamente o testemunho; outros - como Bill Gates - desejam que os seus filhos desenvolvam a sua própria vida profissional.

O debate no ceio familiar é primordial para descobrir se alguns membros da família (filhos do líder, sobrinho ou sobrinha) estão interessados ​​e detêm as competências imperativas para assumir o negócio. Tal sucessão exigirá muitos anos para ser eficaz, uma vez que as seguintes perguntas precisam de ser ponderadas:

  • Quem irá liderar o negócio? É da família ou não? Como podemos garantir que temos a melhor liderança?
  • Quando e de que forma a propriedade será transferida?
  • Como o governace será organizado na nova configuração de posse?
  • Como garantir que não surgem conflitos?

A sucessão familiar é um longo processo, mas pode trazer uma grande satisfação a todos quando abordados adequadamente. Uma empresa familiar é um projeto significativo, com o qual os membros da família se podem identificar e a família pode trazer empenho e uma visão de longo prazo para a empresa.

Considerações adicionais

Embora não se deva subestimar os esforços que a sucessão familiar possa exigir, também não se deve subestimar os desafios que a riqueza pode trazer, caso decida vender o negócio: gerir riqueza é muito diferente de gerir um negócio; será necessário criar um novo significado (incluindo filantropia ou novos empreendimentos) e a educação dos seus filhos (ou netos) será impactada pelo novo ambiente.

Já mencionamos vários fatores a serem considerados no planeamento/na preparação da sucessão nos negócios: as necessidades dos negócios, o empenho e os talentos da família, as necessidades futuras do proprietário etc. As questões tributárias terão, também, influência nessa decisão, mas argumentaríamos que estes não devem ser o fator decisivo.

De qualquer forma, é melhor começar: terá tempo para considerar as diferentes opções, debatê-las com a família e preparar-se para a mudança!

Este artigo foi adaptado de um blog escrito por Christine Blondel para a KPMG

[1] Source : Christine Blondel and Anne Dumas, 2008, L’Entreprise Familiale sauvera-t-elle le capitalisme, Editions Autrement, Paris

[2] Same source (Blondel and Dumas, 2008)

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Publicado em 
19/2/2020
 na área de 
Finanças & Economia

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