Trabalhar na área do património cultural nunca foi tão interessante ou relevante. O crescimento do setor, a dicotomia de expetativas de uma nova geração de visitantes, a alteração das características demográficas dos turistas, a necessidade de inovação no campo da interpretação e as correntes políticas que circundam este campo geraram um mercado sedento de gestores especializados no património cultural.
A

prender a gerir o património apenas com a experiência, ou transitar para este setor sem conhecer as especificidades do mesmo não é tão fácil ou evidente quanto se poderia pensar: como em qualquer outra área, existem competências e ferramentas intrínsecas à gestão do património cultural que devem ser aprendidas previamente.

De facto, a procura por especialistas está a crescer, dentro e fora da Europa, mas a oferta não está a acompanhar esta tendência porque há poucos gestores formados nesta área. Por outro lado, há curadores, arqueólogos e conservadores brilhantes e experientes no setor. Neste contexto, quando tento recrutar um profissional, procuro provas em como adquiriram competências chave para a gestão do património e como têm uma visão global do setor. Além disso, procuro cada vez mais uma compreensão sólida do que é necessário para gerir uma organização altamente complexa e estruturada.

Neste contexto, é exponencialmente importante contratar gestores experientes e especializados no setor do património cultural. Concretizando, a parte da gestão na gestão do património é negligenciada há demasiado tempo: temas como a angariação de fundos, gestão de crises e de relações públicas ou negociação são críticos e devem ser pensados na perspetiva do património. Além disso, as crescentes expetativas em relação à interpretação e à experiência levam a que os gestores precisem de conhecimentos detalhados sobre curadoria moderna. Numa era em que as políticas que estipulam a propriedade de objetos e o controlo de edifícios são altamente mediáticas, uma compreensão generalizada das correntes políticas atuais é também um must-have para qualquer gestor do património.

Cada vez mais, as escolas de negócios procuram soluções para fazer face a esta lacuna de competências. Tudo começa quando se percebe que um programa para executivos é uma forma eficaz e eficiente de proporcionar a um gestor experiente as qualificações necessárias para trabalhar no setor do património. Por outro lado, o próprio setor também começa a aperceber-se da importância que outros cursos superiores (ou apenas experiência relevante na área) têm na carreira de um profissional que se queira focar neste setor. Executivos com licenciaturas em inglês, gestão ou até matemática estão a progredir na área do património. Por outras palavras, há contabilistas, jornalistas, advogados, enfermeiras e até arquitetos que conseguiram transitar para este campo.

O mundo de cuidar, proteger e monetizar os ativos patrimoniais está a mudar. Para ser bem-sucedido e conquistar os melhores cargos no setor, será necessária uma combinação de experiência, paixão pela cultura e uma compreensão académica exaustiva do setor.

Vivemos numa era empolgante em que, de Lisboa a Londres e de Lesoto a Lahore, a pressão no património está a aumentar. Por isso, precisamos de uma nova geração de profissionais treinados e especializados na gestão do património cultural que enfrentem os desafios que se avizinham e tirem partido das oportunidades eminentes, enquanto protegem, preservam e interpretam a história da Humanidade.

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Executive Education
Publicado em 
6/2/2019
 na área de 
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