O futuro vai passar por abraçar as ferramentas de Inteligência Artificial (IA). Não o digo porque sou designer e existem vários programas online que prometem criar imagens num estalar de dedos, movidos por um cérebro não-humano, estarem a brotar na paisagem web como cogumelos. Acredito que estas ferramentas vão impactar a vida de todos, quer seja a nível criativo ou organizacional.

Começámos com o ChatGPT, mas já temos o Midjourney, o Figma, e tantos outros. Já utilizo regularmente um deles no meu trabalho e não há como fugir da IA – desde a Siri, que nos ajuda no dia a dia, até ao Google Maps. Num futuro próximo, provavelmente, teremos robôs que nos vão facilitar o trabalho. Estas tecnologias ajudam-nos a fazer mais e melhor e quem não as souber usar vai ficar para trás.

Sublinho: quem usa estas ferramentas vai ter vantagem sobre os outros. Futuramente, acredito que vão estar tão simplificadas que vão ser muito mais criativas do que nós, que seremos meros “accounts” e que coisas que fazemos manualmente vão passar a ser desenvolvidas quase diretamente com Inteligência Artificial. E isto traz benefícios e desafios. Sam Altman, CEO do OpenAI, considera que haverá muita gente que vai perder o emprego e outras pessoas vão regenerar-se e conseguir arranjar uma solução. Há muitas hipóteses que se colocam sobre novas formas de trabalhar, de estar na vida, e eu acho que muitas delas são assustadoras e outras não. Já a Era Industrial, o surgimento dos computadores e da Internet pareceram apocalípticos para muitos, mas tudo tem que ver com a forma como enfrentamos a mudança. E está para chegar uma época em que vamos ter de lidar com a IA diariamente e em que ela nos vai ultrapassar enquanto seres inteligentes.

Acredito que dentro de cinco ou dez anos muito daquilo que fazemos hoje será feito de forma diferente. Ainda não temos à nossa disposição ferramentas 100% aperfeiçoadas e se as tivéssemos em versão “chave na mão” também ficávamos totalmente perdidos. Estão a progredir gradualmente, o que nos dá tempo para irmos aprendendo e evoluindo com elas. Acredito que quem nunca tenha trabalhado com uma ferramenta 2.0 terá muitas dificuldades em mexer numa edição 15.0. Por isso, mais uma vez, quem investe na formação tem vantagem sobre os restantes.

Os papéis cruciais das organizações, dos líderes e dos executivos, neste momento, é procurar e fornecer conhecimentos nestas áreas, porque já estamos num ponto de viragem. Os chefes precisam de favorecer a aprendizagem de novas skills para assegurar a competitividade das organizações, mas os próprios funcionários também devem procurar investir em si, para se certificarem que continuam ativos no mercado de trabalho nos próximos anos.

Hoje, nem tudo é possível de ser feito com IA, mas amanhã muito mais será concebível e talvez chegue o dia em que são estas ferramentas que nos dão ordens. Temos de conseguir olhar para o horizonte, saber qual o próximo passo e fazer uma constante análise durante o caminho.

E isso só se cria com educação. Eu diria a todos para terem urgência, no mínimo, em aprender mais sobre estas ferramentas e as suas potencialidades – designers e não só. Neste momento, em cada área já começam a surgir ferramentas que nos facilitam muito a vida e que têm IA incorporada. Já há quem consiga trabalhar muito bem com estas novas ferramentas, mas diria que grande parte da população as usa ainda a um nível muito básico. Eu também estou a trilhar o meu caminho para ser totalmente proficiente na sua linguagem, pegar na IA e dar vida ao que tinha pensado, o que me leva sempre a outros desafios – entender como funciona, como tenho de estruturar o meu diálogo com as plataformas, perceber que, para chegar lá, tem de haver muita tentativa e erro.

A tudo isto chama-se evolução. E mais do que evoluirmos as nossas competências, temos de ter a noção de que as nossas funções também vão mudar. Há quem diga que, num futuro não assim tão distante, os humanos não vão trabalhar e que a IA nos vai substituir totalmente – gostava de ver isto, porque não estou a ver o cenário a acontecer –, mas, mesmo que não aconteça, dentro de uns anos, o cargo que estamos a desempenhar pode deixar de existir. Seja como for, temos de ter a plasticidade mental para abraçar novos desafios e estar abertos à evolução que estas novas tecnologias vão trazer ao mundo do trabalho.

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Publicado em 
30/1/2024
 na área de 
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