Uma das palavras definidoras de 2021 foi, sem dúvida, “teletrabalho”. Depois de a pandemia nos ter apanhado despercebidos em 2020, no início do ano passado tornámos a ter de trabalhar a partir de casa num novo confinamento. A experiência prévia, ajudou, mas os tempos de incerteza colocaram desafios à liderança e realçaram o verdadeiro poder da comunicação dentro das organizações.

Não conseguimos adivinhar o que nos espera em 2022, contudo sabemos que o teletrabalho veio para ficar. Forçadamente entre 2 e 9 de janeiro, mas tudo parece apontar para um futuro em que o escritório estará presente na vida dos funcionários em regime híbrido, algumas vezes remotamente, outras, presencialmente. Por isso, será decerto pertinente colocar as lições aprendidas no último ano e meio em prática, para assegurar uma liderança eficaz, porque um líder de sucesso num contexto físico não o é necessariamente em contexto remoto.

A liderança remota deve ser, essencialmente, focada nas pessoas. Citando Misha Byrne, speaker da SingularityU Portugal, que participou num webinar da Nova SBE sobre a temática, a comunicação com os colaboradores “não tem de ser uma coisa em excesso, deve tratar-se de criar tempo e espaço para que a equipa tenha conversas que pode não estar a ter” e assegurar que ultrapassa o hiato de empatia criado pelas relações online. Claro que este tipo de comunicação não é tão profundo como o presencial, contudo, apesar de todos os desafios, pode trazer várias oportunidades.

Segundo o professor catedrático Milton de Sousa, se é certo que a distância física pode promover o isolamento, também é verdade que a democratização dos processos de comunicação conquistada com o trabalho remoto pode dar mais espaço a colaboradores mais tímidos e ajudar a criar uma cultura de partilha.

Para garantir que estes benefícios ultrapassam os desafios, é preciso que a liderança no remoto assegure três componentes: eficácia, sentido de pertença e autonomia. E para isto é preciso comunicar – deliberadamente e consistentemente.

Uma grande parte da cultura de confiança nas organizações surge com a comunicação “casual” do dia a dia, que existe espontaneamente no presencial, mas que é difícil de recriar em teletrabalho. Por esta razão, os pequenos momentos de interação devem passar a ser planeados: começar e acabar a semana com uma reunião de equipa é uma boa forma de alinhar prioridades e estabelecer pontos de situação; marcar uma happy hour virtual com os restantes trabalhadores ao final do dia pode ajudar a manter uma relação de proximidade fora do escritório; e promover workshops sobre trabalho remoto pode ajudar a perceber os desafios pelos quais todos estão a passar em casa.

Acima de tudo, liderar bem remotamente é, sobretudo, comunicar eficazmente.

Este texto trata-se de uma republicação, no âmbito de uma parceria com a PME Magazine - Leia o artigo original aqui.

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Publicado em 
31/1/2022
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